E dizia a todos: Aquele que quiser me seguir
negue-se a si mesmo, e tome a cada dia a sua cruz, e siga-me.
Lucas 9: 23.
Culto
abençoado, hinos ungidos e pregação poderosa. Saio do culto e pergunto para o
irmão: Como estava o culto? Ele,
empolgado, responde: Estava muito bom!
Meu Deus, como o Espírito Santo operou hoje! Pessoas falando em línguas, o
louvor me arrebatou e a palavra foi poderosa, algo que marcou minha vida!
Então, pergunto novamente: O que o irmão
aprendeu hoje? E aí se entende o porquê do estado atual da igreja. Ah, muitas coisas, sabe, sobre aprender a
perseverar...perseguir nossos alvos...não deixar de sonhar...que os planos de
Deus não podem ser frustrados...
Eu
não estou dizendo que respostas como essas não tenham sua validade e também sei
que há muitas pessoas que, de vez em quando, precisam ser encorajadas. Mas
enquanto às mudanças? E quando o que preciso não é ser encorajado, mas talvez
repreendido, talvez avisado, e muitas vezes ensinado sobre coisas realmente
eficazes?
Sei
que sou chato, mas me incomoda o fato de cada vez ser mais frequente crentes
que entram e saem do culto do mesmo jeito. Não estou querendo ser apocalíptico,
mas, está tudo tão bem que só é necessário um empurrãozinho espiritual? Será que estou realmente carregando a
minha cruz a cada dia, mesmo, e me negando, e com isso, seguindo a Cristo?
A
cruz que Cristo está falando não é a dele. É a minha cruz. Naquela época, somente as piores pessoas possíveis eram
condenadas à morte de cruz. Jesus morreu numa cruz porque seu crime foi ser
perfeito em tudo, tanto que os homem tiveram que condená-lo. A verdade é
reveladora porque muitas das vezes causa revolta. Crucifica-o! gritavam ao nosso Senhor.
Então
vem a pergunta: se Cristo pagou por nossos pecados e carregou a cruz por nós,
porque nós ainda devemos carrega-la? Resposta:
Cristo nos mandou carregar nossa cruz e o seguíssemos
porque no final, ele é que foi Crucificado!
Entenda:
somente o condenado deveria levar a sua cruz. O episódio do homem que ajudou
Cristo por alguns momentos foi episódico.
Não fazia parte. Era impossível um homem carregar a sua cruz e não ser
crucificado nela. A cruz é minha, eu devo ser o crucificado. Hoje seria como o
homem no corredor da morte esperar por anos para ser morto, e de repente, alguém
tomar o seu lugar na cadeira. Não tem como isso acontecer, por isso é impossível.
Não é impossível eu carregar minha cruz, mas é impossível alguém ser
crucificado no meu lugar.
Dou
graças porque o que para os homens é
impossível, para Deus não é! Esse é ponto: como valorizaremos a verdade da
cruz, se antes não a carregarmos? Como poderemos imaginar o tamanho do
sacrifício, se não compreendermos que o caminho percorrido por mim é para que
outro morresse em meu lugar?
Quando
eu nego a mim mesmo, estou aceitando minha culpa de pecador, e quando obedeço a
verdade do evangelho, estou carregando o fardo de Cristo, que, comparado ao
preço pago na cruz, é leve. Quando eu chego no culto, se eu, durante o dia,
neguei a mim mesmo, procurando andar segundo o evangelho, é no culto que
celebro e agradeço amor de Deus por mim!
Eu
não estou dedurando ninguém, apenas estou me analisando agora: se eu aprendesse
mais a negar a mim mesmo e carregar a minha cruz, o significado do culto seria
outro. Isso porque, no final, me lembraria que três dias depois, meu Jesus
ressuscitou! E eu, com Ele.
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