domingo, 2 de junho de 2013

Mente Cristã


            Um tempo atrás o nosso grupo de jovens fez uma camiseta. Para colocar na camiseta uma imagem, foi pedida a opinião de cada jovem, e eu indiquei a imagem à cima: um cérebro com um símbolo de peixe no centro. Para mim, era algo claro, pois sempre aprendi que o símbolo do peixe sempre foi associado ao cristianismo, desde seu primórdio.
            Mas uma coisa realmente me deixou triste e muito preocupado: fui escarnecido. Todos (todos os jovens) riram da minha ideia. “Tinha que ser de você mesmo!” Fiquei muito bravo, mesmo. Não por ser ridicularizado, mas por muitos cristãos novos não conhecerem a história da igreja. Isso é lamentável, e o que deveria ser motivo de vergonha, é algo normal. Em outras palavras, somos uma juventude sem identidade. Pelo menos não temos a identidade cristã que se prega.
            O que é uma identidade cristã? A palavra identidade, no sentido pessoal, significa o conjunto de ações, pensamentos e expressões de uma pessoa, ou grupo de pessoas. É uma marca, um modelo, estilo. Jovens que se vestem de uma determinada maneira, falam com gírias, tem preferências musicais gostam de serem identificados por esses gostos. É a identidade deles, a maneira como eles se apresentam ao mundo.
            O que seria ter uma identidade cristã? Em primeiro Coríntios encontramos em Paulo uma definição esclarecedora: Nós temos a mente de Cristo (I Coríntios 2: 16). Do texto original, significa que temos pensamentos, sentimentos e vontades como as de Cristo. Em Atos 11: 26 está descrito a primeira vez que as pessoas que professavam a fé em Cristo foram chamadas de cristãs.     
            Partindo destes princípios, eu pergunto: o que significa, de maneira real, ter pensamentos, sentimentos e vontades semelhantes a Cristo? Espiritualmente falando, é impossível uma pessoa naturalmente adquirir estas qualidades, virtudes. No próprio texto de Paulo na primeira carta aos Coríntios, é explicado que é impossível ao mundo, às pessoas que não creem em Cristo, compreenderem isso (I Coríntios 2: 14). Então, pensando desta maneira, eu não posso me classificar como cristão com os parâmetros do mundo, simplesmente porque eles são incompatíveis.
            É necessário nascer de novo (João 3: 1 a 8). Este novo nascimento significa morrer para o mundo, e viver para Deus (Romanos 6: 4 a 11). Paulo diz que a nossa vida anterior a fé em Cristo, chamada de velho homem, foi crucificada com Cristo, sendo substituída pela nova criatura (II Coríntios 5:17).
            Beleza. Creio em Cristo e tenho nova vida, sou uma nova criatura, tenho nova identidade...mas qual? O grande problema desta geração é que, por desconhecer as escrituras, o evangelho, pintam qualquer mudança como sendo característica desta nova identidade. Não há parâmetros senão o cool, o legal. Vamos fazer festas, jantas, reuniões, retiros, tudo isso para mostrarmos como somos novas criaturas, e para ninguém reclamar, vamos colocar tudo isso em nome de Jesus!
            Na epístola a Tito, Paulo diz o seguinte: Quanto aos moços (jovens), exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos (Tito 2: 6). Amados, que critérios têm definido a nossa cultura jovem cristã? Existe algum critério? Ou será que não temos moldado a mocidade cristã conforme os parâmetros do mundo?
            Ah, irmão, o importante é mudar de vida e dizer é que de Jesus! Não existe essa coisas de ser de Jesus, e sim estar Nele. Existe uma diferença abismal de ser de Jesus, e estar em Cristo. Todas as coisas, em última análise, são Dele (Romanos 11: 36; Filipenses 2: 9 a 11). Mas estar Nele significa conhecer e praticar seus mandamentos (há tantos versículos que recomendo ler a primeira epístola de João, para começar). Estar em Cristo significa, dentre outras coisas, ter uma vida agradável diante Dele. Eu não vou aqui enumerar ou dizer o que agrada a Deus. Convoco você, irmão ou irmã que esta lendo isso, a procurar, principalmente nos evangelhos e cartas dos apóstolos a procurar por essa resposta.
            Eu não sou contra retiros, congressos, jantas ou qualquer outra coisa que promova a união entre jovens. Sou contra dizer que isso é ser cristão. Um verdadeiro cristão baseia a sua vida na comunhão com Deus, através das escrituras, da oração, e da busca de uma vida piedosa.
            Isso não significa perfeição, mas uma vida humilde, quebrantada, de temor. Segundo o Dr. R.C. Sproul: de fato, quanto mais piedosos somos, quanto mais nos esforçamos para sermos dedicados, tanto mais dolorosamente cônscios de nossos pecados seremos.
            Precisamos de jovens piedosos, em vez de jovens com identidade própria. Piedade, amor, fé e perseverança sempre foram e sempre serão as marcas de um cristão, a verdadeira nova identidade evangélica (Mateus 10: 22; João 13: 35; II Pedro 1: 3 a 8).
           
           




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