sexta-feira, 7 de junho de 2013

Como está o seu coração?


            Fazia algum tempo que eu não parava para olhar um pouco de televisão. Fiquei quinze minutos, tentando olhar um jornal. O que vi foi um conjunto de noticias no mínimo terrível, desde assaltos, acidentes, a pedofilia. Tudo horrível. Mas o que me chamou a atenção foi um detalhe que passa despercebido por quem costuma sempre olhar televisão: a forma grosseira de manipulação que visa simplesmente anestesiar os telespectadores.
            Cada noticia é passada em no máximo dois minutos, onde o apresentador (que virou moda também ser comentarista) apresenta sua visão dos fatos em trinta segundos, demonstrando repudio ou raiva, para logo depois ir para outra noticia pior ainda para depois falar de futebol. Você pode dizer: “É por causa do tempo, tudo é corrido, ainda mais na televisão”. Entretanto, a massificação de informações ruins acaba nos tornando insensíveis ao mal, a maldade. Ou seja, um povo (digo os evangélicos) que já não gosta de ler bíblia, o que gera uma total insensibilidade ao pecado, se fomenta de noticias mais ruins ainda, criando uma geração que posso chamar de Geração Coração de Pedra.
            Em Ezequiel 36: 26 há essa promessa sobre o derramamento do Espírito, onde Deus promete nos dar um coração novo, tirando o coração de pedra por um coração de carne. Coração de pedra é simplesmente um coração amortecido pelo pecado a ponto não conseguir discernir entre o bom e o mal, o que é santo e o que é profano. Um termo que também é semelhante é o coração duro (Isaías 46: 12).
            Irmãos, espiritualmente, a diferença entre o bem e o mal não é simplesmente o certo e o correto, aquilo que parece digno de aprovação ou de reprovação. Em síntese, o mal habita em nós (Mateus 15:19). Não, irmão, eu sou puro de coração, sou lavado no sangue de Jesus, o mal não habita em mim! Bem, se você pensa assim, quero lhe dar os parabéns! É serio, aliás, acho melhor você estar preparado, porque logo Deus vai te recolher!
            Tá repreendido! Amarrado! Amordaçado! Em nome de...
            Irmãos, o único fato de estarmos vivos ainda, crentes ou não, é a misericórdia de Deus, que se renova a cada manhã (Lamentações 3: 22). Mesmo nós, crentes, que julgamos sermos sal desta terra, somos ainda influenciados pelo pecado que habita em nós (Romanos 7: 20). Creio que a única diferença entre nós e os ímpios é que temos o Espírito Santo dentro de nós. A bíblia diz que ele é nosso penhor (II Coríntios 1: 22; 5: 5). Mas, por acaso, você já pesquisou ou tem ideia do que significa penhor?
            Do original, grego, (ἀρῥαβών arrhabon), penhor é uma promessa, ou seja, parte do dinheiro de compra ou imóvel dado antecipadamente como garantia para o resto. No linguajar popular, é o objeto de valor que deixamos como garantia de pagamento, geralmente na forma de contrato. Existiam (e ainda existem por aí), casa de penhores, onde você conseguia um determinado valor para ser pago depois, deixando sempre um objeto de valor maior, um anel, por exemplo.
            O fato de termos o Espírito Santo nos sela como filhos de Deus. Mas não retira de mim a responsabilidade de andar conforme o contrato, ou seja, em relação à bíblia. O fato de ter dons (dados gratuitamente pelo Espírito) não significa que eu posso usá-los da maneira como eu quero. A arca da aliança, que era a simbólica presença de Deus no meio de Israel não era garantia de sucesso, não se a lei não fosse cumprida em todos os seus requisitos. Foi por isso que aconteceu o fato lamentável durante a incursão de Davi ao tentar trazer a arca de volta a Jerusalém (II Samuel 1: 1 a 7). Não era qualquer um que podia levar a arca. E nós, que possuímos o Espírito de Deus, a presença, o penhor, como nós também não deveremos nos preocupar com a maneira que temos levado a arca?
            Irmãos, a arca da aliança foi roubada pelos Filisteus. Durante anos, no reinado de Saul, ninguém se lembrava da arca. Mas ela era a marca da presença de Deus no meio de Israel. Somente quando Davi se levantou como rei foi-se instituído novamente o culto a Deus. A minha pergunta, que faço a mim mesmo é: será que a glória de Deus na minha vida não tem sido vilipendiada, isto é, desprezada por mim?
            O que isso tem a ver com o jornal? O que isso tem a ver com a televisão? Tudo. Não só com a televisão, como com a internet, telefone, emprego, amigos, família. A maneira como me relaciono com tudo ao meu redor, como cristão, deve ser reflexo da maneira como eu me relaciono com Deus. Não estou fazendo um convite a uma vida tola, de total e completa separação do mundo (nem Jesus pediu isso, na oração sacerdotal de João capítulo 17). Eu instigando a você a ser perguntar: o que meu coração sente ao ver o mal? O que meu coração sente ao pecar?
            Temos que entender que ainda que lei tenha sido abolida, os sacrifícios tenham  sido feitos de maneira perfeita, completa e eterna em Cristo, os princípios espirituais da lei do Senhor continuam inalteráveis. Deus ainda é santo. E nós? Como estamos?
            Perceba que não estou dizendo que olhar isso ou aquilo é pecado. Deus nos deu Seu Espírito para que pudéssemos andar de tal forma que, ainda que eu não conheça de maneira completa e perfeita a sua lei, no meu coração de carne há a sensibilidade de saber o que eu posso e que não devo fazer, falar, ver, tocar, pensar, sentir, buscar. E isso, amados, só pode ser vivenciado pelo continuo crescimento de conhecimento das escrituras e na oração. Não só escrituras, não só oração, mas oração e palavra (Atos 6: 4).
            Amado (a) lhe faço-lhe um convite: reflita ao saber de uma noticia ruim, ao ouvir uma palavra maldosa, ter um pensamento ruim, dizer uma palavra que saiu de você e sabe que foi má. Pense qual o impacto que há em você, no seu coração. Eu não estou lhe dizendo para diferenciar se é bom ou ruim. A pergunta é: você ainda consegue ouvir a voz do Espírito? Ou será que nosso coração está amortecido pelo pecado?
            Reflita. Pense. Busque a Deus. Talvez o avivamento que estamos pedindo não venha de um coração de carne como o seu.
           
           

            

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