segunda-feira, 20 de maio de 2013

Evangelho não é cabo de guerra



            Evangelho não é cabo de guerra.
            Esta frase pode parecer meio sem sentido para quem não acompanha as noticias do “mundo gospel” no Brasil e no mundo, mas é um bom argumento diante de certas questões cotidianas da nossa vida. A verdade é que as boas novas de Cristo é ao mesmo tempo, tão simples, mas tão complexa, que ela se torna um verdadeiro catalizador de argumentos extremistas.
            Quero dizer: o evangelho tanto oferece texto para legalistas religiosos com para libertinos cristãos. E é interessante como ambos os grupos sempre usam os mesmos versículos para se defenderem. Os que defendem um legalismo rígido citam versículos a cerca de santidade, de renúncia, de luta contra a natureza carnal, enquanto os libertinos falam de liberdade, de adoração, de graça.
            Mas o pior mesmo é quando tudo descamba para a pura superficialidade, onde Jesus se torna apenas um nome, alguém que assina em baixo nossas convicções e ideias. Frases com “Em nome de Jesus” ou “tá amarrado”, ou mesmo “declare em nome de Jesus” fazem parte de nosso folclore pentecostal, e muitas vezes está acima de qualquer ressalva. Creio que se lêssemos a bíblia, principalmente o Novo Testamento, e o entendêssemos de forma conjunta, orgânica, sem extremismos, apenas interpretando o que o texto que dizer e não o que queremos o que ele fale, é muito provável que mega-igrejas nunca existissem, o constrangimento de petições de ofertas (oferta é oferta, vem de contribuição espontânea) e mesmo a sina que muitos pastores levam hoje, de que são ladrões que se aproveitam da fé de muitos, e de evangélicos cheios de convicções mas sem nenhuma estrutura bíblica, não seriam tão comuns como hoje são.
            O evangelho é simples: creia em Jesus, creia que ele nasceu como homem mesmo sendo Deus, gerado pelo Espírito Santo e nascido de uma linhagem davídica, viveu durante trinta anos no anonimato, e aos trinta, revelou-se como o cordeiro de Deus. Curou, pregou, expulsou demônios, condenou as trevas, trouxe luz e tinha uma mensagem central: o amor de Deus. Não um amor legalista, a base de obras e merecimentos, mas não também um amor libertino, sem um ensino e mandamentos. Um amor gerado por Deus e trabalhado e concluído por Cristo no calvário, onde ele morreu por nossos pecados, levando consigo nossa culpa e dívida que era contra nós, e ressuscitando ao terceiro dia, glorificado por Deus e exaltado nas alturas, de onde enviou o Consolador, o que habita naqueles que creem nele, e que diariamente nos convence do pecado, da justiça e do juízo. Este Espírito no habilita a termos uma vida com Deus por meio de Cristo, de tal forma, que libertados do poder do pecados, estamos mortos ao seu reinado, e vivos para Deus, mediante a fé em Cristo. E esta vida não nos deixa imunes a dificuldades oriundas da vida normal: estamos a mercê de doenças, problemas, angustias, medos, temores, perseguições, morte. O crente que nega isso, em favor de uma pretenso senso moral de “só vitória” está se esquecendo que estes problemas e dificuldades, que para outros é só tristeza, para nós é motivo de alegria. Não por sermos masoquistas. Mas porque são em situações de extrema necessidade que Cristo nos consola, fortalece, orienta, ensina e principalmente opera.
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.” II Corintios 1:3-5
Amados, o evangelho é simples. O que precisamos nos perguntar é: porque fazer dele motivo de discussão e discórdia quando seu poder reside na nossa pratica dele? (João 13: 15, 17)

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