quinta-feira, 11 de abril de 2013

Porque Desanimamos na Oração?


            Uma das maiores necessidades de um cristão que deseja andar com Deus, junto com o estudo da palavra, é a oração. Quero trazer neste post algumas coisas que tenho aprendido, e quero tocar no ponto mais falado: a falta de perseverança em orar.
            Eu sempre tive problemas, não em orar, mas manter uma vida de oração. Li livros, pregações de oração, músicas que incentivam a orar, estudos, enfim, em termos de conhecimento, sempre busquei, e continuo a buscar inspiração para orar. Mas em algum momento, não sei se por cansaço, por preguiça, ou por perder força e foco, desanimo. Antes orava uma hora, tempo que vai minguando até minhas orações se tornarem simples repetições. Isso quando não ficava dias, semanas sem realmente buscar a Deus em oração.
            E conversando com mais jovens, e mesmo os irmãos e irmãs mais maduros, a história é parecida; parece que poucas pessoas conseguem manter uma vida de oração. Alguns até somente lembram de orar ao chegar ao culto. Por quê? Um dos motivos é que não sabemos o motivo de orar e erramos porque geralmente oramos de forma equivocada. Quero trazer à lembrança a oração mais conhecida, o Pai Nosso, e demonstrar porque erramos e, por consequência, temos uma vida de oração fraca ou inexistente.
            As passagens encontram-se em Mateus, capítulo seis a partir do verso nove, e em Lucas capítulo onze, a partir do verso dois. As duas situações são um pouco diferentes, pois Jesus ensinava muito em vários lugares, de maneiras e situações diferentes, sendo que muitas das passagens entre os evangelhos existem diferenças de lugares e momentos. Em Mateus, o Pai Nosso faz parte do sermão da montanha, enquanto em Lucas é feito uma pergunta, um pedido.
            Creio que o principal motivo de muitos não persistirem em oração seja porque suas orações sejam sustentadas por propósitos. Nossas orações precisam de objetivos, mas elas não podem ser sustentadas por eles. Vou dar alguns exemplos:
            Estamos desempregados. Queremos um emprego e nenhuma porta parece se abrir. O que fazemos? Fazemos uma campanha na igreja, jejuamos, fazemos propósitos com Deus, dos mais variados, oramos e perseveramos até que, um dia, uma porta é aberta. Somos admitidos, e até testemunhamos na igreja, acreditando que mais pessoas serão motivadas a orar. E depois? Sabe que este é um dos motivos porque acho que fazer as tais correntes de terça-feira mais aprisionam que libertam. É opinião pessoal: não deveríamos ter cultos de ensinamento, de jovens, de irmãs, disso ou daquilo. O culto é um só, direcionado a Deus. Eu sei: isso é para direcionar o povo, talvez um novo convertido incauto entre num daqueles cultos que Deus dá um puxão de orelhas...mas e daí? Só porque é culto de terça Deus não pode usar o pregador para repreender o povo?
            Este não é o ponto. Usei o fato de correntes, propósitos por serem úteis, mas não são capazes de suster oração. Isso porque há dois caminhos: o alcance da petição ou a frustração. O assunto é o mesmo de pessoas que oram anos por conversão de alguém. Ou o objetivo é alcançado ou a pessoa acaba até mesmo desacreditando em Deus.
Nossas orações não podem ser sustentadas por propósitos. Mas Deus não quer que eu conquiste? Deus não quer eu trabalhe e que minha família seja salva? Que eu tenha isso, aquilo, e aquela outra coisa? Repito: não estou dizendo que não podemos fazer propósitos com Deus ou como queira chamar. Apenas alerto para o fato dessas coisas não terem força para nos suster diante de Deus.
            Então a pergunta é: o que pode sustentar a minha vida de oração? Como perseverar, persistir, mesmo depois de ter bênçãos alcançadas, mesmo que as coisas não aconteçam, mesmo que eu não chore, ou sinta Deus? Como conseguir dobrar os joelhos e fechar os olhos sem ter aquele momento de incerteza, insegurança, como se faltassem palavras? Como ter forças para lutar contra o mundo espiritual, onde anjos e demônios lutam (lembram de Daniel?) e não sucumbir ao cansaço, desanimo, sono, preguiça?
            Guarde isso no coração: nossa oração dever ser baseada em princípios e não em objetivos. Falei no outro post sobre isso, sobre como os princípios norteiam nossas escolhas e decisões. Pois bem, quando oramos, não por causa de situações, mas por um principio firme e definido, nossas orações passam de simples petições para um hábito espiritual; não se baseia no exterior, mas é fortalecido pelo interior. Então, vem a seguinte pergunta: existe algum principio mor, aquele inabalável, pelo qual sempre podemos nos firmar diante de qualquer circunstancia?
            Sim. São dois princípios, um ligado ao outro, sendo que, se um for colocado a margem, deixado de lado, o outro perde totalmente a essência e valor. Voltemos ao Pai Nosso:
            Pai nosso que estais nos céus, santificado seja teu nome...
            Eu sempre achei que este santificado seja teu nome fosse uma simples afirmação, petição. Mas descobri que este verbo, santificar, neste texto, é igual ao Sejam batizados de Pedro, logo após a pregação depois do pentecostes (Atos 2: 37,38). Qual o contexto? Na passagem de Atos, os que creram perguntaram o que precisariam fazer para alcançar salvação. A resposta de Pedro foi uma imposição. Não era um pedido, não era uma pergunta. Era como se perguntassem: Qual o Caminho? E Pedro mostrasse: Essa porta.
            A minha oração deve se basear no principio de que Deus seja santificado na minha vida. Pai Nosso (Pai meu) que estás nos céus, santificado seja teu Nome (santifica em mim o teu Nome). A minha oração deve produzir o santificar de Deus na minha vida. Significa que todo o restante da oração (o pão nosso, perdão de dívidas, não deixar cair em tentação), tudo isso tem um único proposito: santificar Deus na minha vida.
            Pedro escreveu uma carta a crentes estrangeiros em vários lugares da Ásia, e diante da eminencia de uma perseguição, Pedro diz: Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem aventurados. E não temais, com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações, e estais sempre preparados para responder com mansidão e temor, a qualquer um que vos pedir a razão da vossa esperança. I Pedro 3: 14,15.
            Em outras palavras, o propósito da minha oração, o cerne, deve ser a minha santificação.
            Venha a nós vosso Reino, seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus.
            Minha oração deve ser um desejo profundo de que o reino de Deus seja estabelecido na minha vida de tal forma, que a Sua vontade seja feita na minha vida, conforme seus planos. O texto diz o seguinte: que a tua vontade seja feita aqui como é feita nos céus. A minha oração deve ser baseada no principio de que a sua vontade seja feita acima da minha. A minha submissão a Deus é total e completa, tanto que, estou pronto a rejeitar a minha vontade (Lucas 9: 23) e aceitar e obedecer a sua.
            Eu sei que onda do momento é declarar profeticamente, determinar, e outras mil maluquices. Mas se, como cristão, devo colocar a vontade dele acima da minha, quem sou eu para determinar alguma coisa? Isso é anti-bíblico. Eu sei de onde vem esta corrente, e também sei que veio dos mesmos pensadores que praticamente acabaram com as igrejas na Europa, hoje chamadas de Dead Churches (Igrejas Mortas). Isso é Confissão Positiva, nova era. A única maneira da minha palavra ser a Deus é ela vir da Bíblia. Do contrário, podem inventar mil unções, explicações bíblica do velho testamento, mas para mim não cola. Um crente verdadeiro crê em profecias, crê no mover do Espírito, mas seu guia, sua iluminação é baseada na bíblia e não em gurus de declarações.
            Infelizmente, muitos ensinam que o pedir, buscar, bater, envolve coisas que queremos, desejamos. Mas se nossa oração não se baseia nestes dois princípios, estamos errando. E como conhecer a vontade Deus? Repito: uma oração sem profundidade bíblica provém do coração, que é enganoso e mau. Uma oração cheia da palavra (e com os princípios corretos) gera poder de Deus. E primeiro a experimentar esse poder sou eu, pela santificação da minha vida.
            O que é santificar a Deus? Colocar-se no lugar devido e reconhecer a que se está dirigindo. Uma oração que ilustra bem isso é a oração de Esdras 9. Leia. O que é fazer o reino dos céus se estabelecer na minha vida? Obediência a palavra (Mateus 7: 24 a 27).
            A transformação de caráter, de vida, de atitudes e pensamentos começa, continua e termina com a santificação. E se nossa oração não produz santificação, nos tornamos carnais, imaturos, muito parecidos com os judeus que caíram no deserto.
            Amado, faça da sua oração simplesmente um ato fé, baseado nos princípios em que Deus seja glorificado na tua vida na forma como ele quer, e não da forma como você deseja. Creio que isso é um bom inicio para um verdadeiro avivamento pentecostal.
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente com temperança e mansidão. Se de alguma forma não concordar com alguma coisa, ou verificar algum erro ou discordância com a Bíblia, esteja livre para comentar. O Objetivo deste blog é simplesmente compartilhar com os irmãos em Cristo sobre a necessidade da genuína transformação através da Palavra de Deus. Por isso, vigie, não use palavras de baixo calão, acima de tudo, que seja sempre para edificação