Uma
das maiores necessidades de um cristão que deseja andar com Deus, junto com o
estudo da palavra, é a oração. Quero trazer neste post algumas coisas que tenho
aprendido, e quero tocar no ponto mais falado: a falta de perseverança em orar.
Eu
sempre tive problemas, não em orar, mas manter uma vida de oração. Li livros,
pregações de oração, músicas que incentivam a orar, estudos, enfim, em termos
de conhecimento, sempre busquei, e continuo a buscar inspiração para orar. Mas em
algum momento, não sei se por cansaço, por preguiça, ou por perder força e
foco, desanimo. Antes orava uma hora, tempo que vai minguando até minhas
orações se tornarem simples repetições. Isso quando não ficava dias, semanas
sem realmente buscar a Deus em oração.
E
conversando com mais jovens, e mesmo os irmãos e irmãs mais maduros, a história
é parecida; parece que poucas pessoas conseguem manter uma vida de oração. Alguns
até somente lembram de orar ao chegar ao culto. Por quê? Um dos motivos é que
não sabemos o motivo de orar e erramos porque geralmente oramos de forma
equivocada. Quero trazer à lembrança a oração mais conhecida, o Pai Nosso, e
demonstrar porque erramos e, por consequência, temos uma vida de oração fraca ou
inexistente.
As
passagens encontram-se em Mateus, capítulo seis a partir do verso nove, e em
Lucas capítulo onze, a partir do verso dois. As duas situações são um pouco
diferentes, pois Jesus ensinava muito em vários lugares, de maneiras e
situações diferentes, sendo que muitas das passagens entre os evangelhos
existem diferenças de lugares e momentos. Em Mateus, o Pai Nosso faz parte do
sermão da montanha, enquanto em Lucas é feito uma pergunta, um pedido.
Creio
que o principal motivo de muitos não persistirem em oração seja porque suas
orações sejam sustentadas por propósitos. Nossas orações precisam de objetivos,
mas elas não podem ser sustentadas por eles. Vou dar alguns exemplos:
Estamos
desempregados. Queremos um emprego e nenhuma porta parece se abrir. O que
fazemos? Fazemos uma campanha na igreja, jejuamos, fazemos propósitos com Deus,
dos mais variados, oramos e perseveramos até que, um dia, uma porta é aberta. Somos
admitidos, e até testemunhamos na igreja, acreditando que mais pessoas serão
motivadas a orar. E depois? Sabe que este é um dos motivos porque acho que
fazer as tais correntes de terça-feira
mais aprisionam que libertam. É opinião pessoal: não deveríamos ter cultos de ensinamento, de jovens, de irmãs, disso ou
daquilo. O culto é um só, direcionado a Deus. Eu sei: isso é para
direcionar o povo, talvez um novo convertido incauto entre num daqueles cultos
que Deus dá um puxão de orelhas...mas e daí? Só porque é culto de terça Deus
não pode usar o pregador para repreender o povo?
Este
não é o ponto. Usei o fato de correntes, propósitos
por serem úteis, mas não são
capazes de suster oração. Isso porque há dois caminhos: o alcance da petição ou
a frustração. O assunto é o mesmo de pessoas que oram anos por conversão de
alguém. Ou o objetivo é alcançado ou a pessoa acaba até mesmo desacreditando em
Deus.
Nossas orações
não podem ser sustentadas por propósitos. Mas
Deus não quer que eu conquiste? Deus não quer eu trabalhe e que minha família
seja salva? Que eu tenha isso, aquilo, e aquela outra coisa? Repito: não
estou dizendo que não podemos fazer propósitos com Deus ou como queira chamar. Apenas
alerto para o fato dessas coisas não terem força para nos suster diante de
Deus.
Então
a pergunta é: o que pode sustentar a minha vida de oração? Como perseverar,
persistir, mesmo depois de ter bênçãos alcançadas, mesmo que as coisas não
aconteçam, mesmo que eu não chore, ou sinta
Deus? Como conseguir dobrar os joelhos e fechar os olhos sem ter aquele
momento de incerteza, insegurança, como se faltassem palavras? Como ter forças
para lutar contra o mundo espiritual, onde anjos e demônios lutam (lembram de
Daniel?) e não sucumbir ao cansaço, desanimo, sono, preguiça?
Guarde
isso no coração: nossa oração dever ser baseada em princípios e não em objetivos. Falei no outro post sobre isso,
sobre como os princípios norteiam nossas escolhas e decisões. Pois bem, quando
oramos, não por causa de situações, mas por um principio firme e definido,
nossas orações passam de simples petições para um hábito espiritual; não se
baseia no exterior, mas é fortalecido pelo interior. Então, vem a seguinte
pergunta: existe algum principio mor, aquele inabalável, pelo qual sempre
podemos nos firmar diante de qualquer circunstancia?
Sim.
São dois princípios, um ligado ao outro, sendo que, se um for colocado a
margem, deixado de lado, o outro perde totalmente a essência e valor. Voltemos
ao Pai Nosso:
Pai nosso que estais nos céus, santificado
seja teu nome...
Eu
sempre achei que este santificado seja
teu nome fosse uma simples afirmação, petição. Mas descobri que este verbo,
santificar, neste texto, é igual ao Sejam batizados de Pedro, logo após a
pregação depois do pentecostes (Atos 2: 37,38). Qual o contexto? Na passagem de
Atos, os que creram perguntaram o que precisariam fazer para alcançar salvação.
A resposta de Pedro foi uma imposição. Não era um pedido, não era uma pergunta.
Era como se perguntassem: Qual o Caminho? E Pedro mostrasse: Essa porta.
A
minha oração deve se basear no principio de que Deus seja santificado na minha
vida. Pai Nosso (Pai meu) que estás nos
céus, santificado seja teu Nome (santifica em mim o teu Nome). A minha
oração deve produzir o santificar de Deus na minha vida. Significa que todo o
restante da oração (o pão nosso, perdão de dívidas, não deixar cair em
tentação), tudo isso tem um único proposito: santificar Deus na minha vida.
Pedro
escreveu uma carta a crentes estrangeiros em vários lugares da Ásia, e diante
da eminencia de uma perseguição, Pedro diz: Mas
também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem aventurados. E não temais,
com medo deles, nem vos turbeis; antes,
santificai ao Senhor Deus em vossos corações, e estais sempre preparados
para responder com mansidão e temor, a qualquer um que vos pedir a razão da
vossa esperança. I Pedro 3: 14,15.
Em
outras palavras, o propósito da minha oração, o cerne, deve ser a minha
santificação.
Venha a nós vosso Reino, seja feita a tua
vontade assim na terra como nos céus.
Minha
oração deve ser um desejo profundo de que o reino de Deus seja estabelecido na
minha vida de tal forma, que a Sua vontade seja feita na minha vida, conforme
seus planos. O texto diz o seguinte: que
a tua vontade seja feita aqui como é feita nos céus. A minha oração deve ser
baseada no principio de que a sua vontade seja feita acima da minha. A minha
submissão a Deus é total e completa, tanto que, estou pronto a rejeitar a minha
vontade (Lucas 9: 23) e aceitar e obedecer a sua.
Eu
sei que onda do momento é declarar profeticamente,
determinar, e outras mil maluquices. Mas se, como cristão, devo colocar a
vontade dele acima da minha, quem sou eu para determinar alguma coisa? Isso é
anti-bíblico. Eu sei de onde vem esta corrente, e também sei que veio dos
mesmos pensadores que praticamente acabaram com as igrejas na Europa, hoje
chamadas de Dead Churches (Igrejas Mortas). Isso é Confissão Positiva, nova era. A única maneira da minha
palavra ser a Deus é ela vir da Bíblia. Do contrário, podem inventar mil
unções, explicações bíblica do velho testamento, mas para mim não cola. Um
crente verdadeiro crê em profecias, crê no mover do Espírito, mas seu guia, sua
iluminação é baseada na bíblia e não em gurus de declarações.
Infelizmente,
muitos ensinam que o pedir, buscar, bater, envolve coisas que queremos,
desejamos. Mas se nossa oração não se baseia nestes dois princípios, estamos
errando. E como conhecer a vontade Deus? Repito: uma oração sem profundidade
bíblica provém do coração, que é enganoso e mau. Uma oração cheia da palavra (e
com os princípios corretos) gera poder de Deus. E primeiro a experimentar esse
poder sou eu, pela santificação da minha vida.
O
que é santificar a Deus? Colocar-se no lugar devido e reconhecer a que se está
dirigindo. Uma oração que ilustra bem isso é a oração de Esdras 9. Leia. O que
é fazer o reino dos céus se estabelecer na minha vida? Obediência a palavra
(Mateus 7: 24 a 27).
A
transformação de caráter, de vida, de atitudes e pensamentos começa, continua e
termina com a santificação. E se nossa oração não produz santificação, nos
tornamos carnais, imaturos, muito parecidos com os judeus que caíram no
deserto.
Amado,
faça da sua oração simplesmente um ato fé, baseado nos princípios em que Deus
seja glorificado na tua vida na forma como ele quer, e não da forma como você
deseja. Creio que isso é um bom inicio para um verdadeiro avivamento pentecostal.
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