quinta-feira, 28 de março de 2013

Evangelismo é pregar a Cristo, não uma igreja



            Tenho pedido a Deus que ele molde meu caráter conforme a imagem e semelhança de Cristo. Isso é perigoso. Porque na mesma proporção que as verdades bíblicas se revelam de maneira graciosa tanto ao meu entendimento quanto ao meu coração, certas verdades que eu considerava inalteráveis são destruídas com a força de uma bomba nuclear.
            Sempre pensei e imaginei que o ato de evangelizar partisse de um pressuposto teológico, pelo qual, de maneira lógica e sistemática, nós apresentamos Cristo a uma pessoa não salva. Sendo assim, todo o conhecimento possível, seja na forma bíblica, social e cultural, que possa influenciar uma pessoa a Cristo, não somente é viável como é necessário. Fiz muitos evangelismos assim. Apresentava um papel com versos bíblicos e uma breve meditação, convidava a pessoa para vir à igreja e, se ela me concedesse oportunidade, falaria de Cristo. Simples. Racional. Funciona às vezes.
            Mas hoje, no caso ontem, quinta-feira, vivenciei uma experiência que cabalmente sepultou qualquer ideia desse evangelismo marqueteiro. Porque, vamos aceitar o fato irmãos, não estamos fazendo evangelismo de Cristo, estamos fazendo publicidade para a igreja!
            Eu estava trabalhando (trabalho numa fábrica de calçados, e de vez em quando sobra um tempo pra conversar) quando, conversando com uma colega, descobri que ela era desviada. Ela disse saber que estava errada, mas que era difícil voltar...de repente, uma colega do lado perguntou: O que é ser desviada?
            Eu não sei de que maneira eu consegui, mas em cinco minutos, consegui falar para ela doutrinas sobre pecado, sobre como ninguém pode salvar-se por si próprio, e como a graça e misericórdia de Deus operou na humanidade através de Cristo, de maneira que todo aquele que crê (não aceita, isso é pra mim é profano, falarei disso outro dia) em Cristo é salvo, não pelas obras, mas pela fé, que nos justifica diante de Deus, nos fazendo participantes de um reino glorioso que virá quando Cristo voltar para julgar todos, vivos e mortos, diante de um tribunal, onde todos serão julgados conforme suas obras. Mas mais ainda, falei sobre a alegria da salvação, fui bem especifico ao dizer que nenhum prazer deste mundo, seja sexo, drogas, bebidas, festas, nada, pode se comparar com a glória, a majestade o poder de Deus e sua salvação graciosa aos que creem.
            Então ela perguntou: o que eu preciso para ser salva? O que eu respondi? Aceite Jesus, vá a alguma igreja, se batize e vire crente? NÃO!!! Falei o que Cristo falou: arrepende-te dos teus pecados, creia no evangelho de Cristo e viva uma nova vida para Deus! Disse a ela: Isso não é fácil, na realidade é bem difícil, é uma porta estreita, um caminho estreito, uma vida de sacrifícios, possivelmente de humilhações e privações, mas ainda assim é o único caminho pelo qual uma pessoa pode encontrar a verdadeira alegria de ter Deus na vida, de ter a certeza da salvação, de que nada, nem morte, anjos, principados, nada pode nos afastar do amor de Deus em Cristo Jesus, e que um dia, viveremos num lugar onde não haveriá nem sol nem lua porque a própria glória do Senhor nos iluminaria para sempre!
            A moça me olhou estupefata. Não sei se de pavor, medo ou maravilhada. Mas não houve quebrantamento. Não houve choro. Mas aconteceu aquele momento, em que o pecador se vê diante da verdade: eu estou sem Deus! Durante um bom tempo ela ficou em silêncio, a desviada ficou em silêncio. Depois disso não pude falar com ela. Mas tenho certeza que eu não perdi a oportunidade de pregar a Cristo, crucificado, morto e ressuscitado!
            O que realmente me deixou maravilhado é que testemunhei com tanto fervor, alegria, temor, que pude, por alguns instantes, perceber o que Paulo quis dizer quando falou aos Coríntios: Mas quando eu fui ter convosco, nada me propus, a saber, entre vós, senão a Cristo, e este crucificado (I Coríntios 2: 1,2).
            Eu não falei de igreja, eu não falei de nada do que ela teria de que deixar de fazer. Simplesmente expus a ele seu estado pecaminoso e a maneira amorosa de Deus a salva-la. Eu não estou preocupado com o que deixei de falar. Vou orar para Deus inflame no coração dela o desejo de se arrepender e voltar-se para Cristo.
            Amados, precisamos pregar a Cristo. Precisamos falar de pecado, perdão, amor. Enquanto insistirmos em oferecer ao mundo um quadro belo de felicidade e bênçãos, eles NUNCA VÃO RECONHECER SEUS PECADOS E NUNCA CONHECERÃO A DEUS! Mais uma vez: nossa igreja pentecostal precisa de um avivamento bíblico, e então não nos sentiremos mais débeis ao ler sobre os heróis da fé, mas construiremos mais edifícios espirituais sobre a verdadeira pedra fundamental, Jesus! (Efésios 2: 20).

            

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